Neste post, iremos falar um pouco sobre o filme “V de Vingança”, de James
McTeigue e depois fazer uma analogia entre o filme e as características da
sociedade pós-moderna e também com o filme “1984”.
Disponível em: http://marcelokeiser.blogspot.com.br/2012/11/v-de-vinganca-um-filme-de-james.html
Acessado em 21/09/2013 às 15h13min
Em “V de Vingança”, observamos o uso da
mídia para espalhar e manipular as crenças do povo, em especial a religião.
Dominando essas crenças, define-se o que é certo ou errado e, consequentemente
as ações do povo. Fica bem claro no filme o poder exercido pela mídia sobre o
povo, pois através desses meios de comunicação você tem o controle dele e,
consequentemente, o controle da própria história e das informações. Em vários
momentos, percebe-se a manipulação de informações para fazer o povo acreditar
em histórias falsas, mascaradas, que sejam do interesse do partido. A partir do
momento em que são publicadas, as notícias falsas tornam-se verdadeiras e a
realidade, desta forma, é escondida. O fim da mídia simboliza o caos e a perda
do controle pela elite. Quando as coisas saem dos conformes, quando só o poder
da mídia não é suficiente, o governo usa da intimidação e da violência, pois
ele não quer diálogo, ele quer a submissão do povo.
“Pensa assim mesmo ou é assim que eles
querem que você pense”
V de Vingança
Fica bem exposto também o uso de cargos e
títulos para impor sua vontade, fazer o que quer e ter poder. Aqueles que tem
poder são maiores e possuem mais vantagens e luxos.
V acredita que a justiça para o povo é destruir as instituições e
imagens de poder da sociedade, pois é responsabilidade deles aquilo que o povo
é. A responsabilidade da mídia advém do fato de boa parcela do povo acreditar
inteiramente naquilo que ela transmite e muitas vezes o que ela transmite não é
a pura verdade, mas uma verdade mascarada e com uso errado dos fatos. A ideologia de V, e que a protagonista do
filme posteriormente adquire, é a relação entre caráter, liberdade e
ideologias. Sendo ambos firmes e intactos, a pessoa se mantém um ser livre, a
real liberdade de ser.
"O medo se tornou a arma principal desse governo."
V de Vingança
Também vemos no filme a perspectiva de liberdade, pois liberdade é uma
questão de perspectiva, e o governo quer que seu povo dominado tenha a falsa
perspectiva de liberdade, para assim acreditarem serem livres.
Mas se o povo percebe que os meios de comunicação manipulam a verdade
para enfraquecer o povo e resolve lutar contra o governo, ele vence, pois sem o
domínio, o governo é nada, um governo de poder tem muitos inimigos, e quando
esses inimigos recebem força, esse governo há de desmoronar.
Disponível em: http://thebooglife.blogspot.com.br/2013/06/058-protesto.html
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V sabe que as pessoas apenas fazem o que o governo quer e o que o
governo considera certo devido a este domínio sobre os meios de comunicação. V
luta contra isso e mostra a real face dos discursos de ódio, poder e impacto do
governo ao povo. Aliás, sobre esses discursos, o filme também levanta um ponto
interessante, que é sobre os meios de comunicação desses discursos, vozes e
representantes que conseguem representar todas as ideias a serem transmitidas e
que com sua influência dominam boa parte daqueles que os veem.
No filme também há uma parte em que diz que a arte é feita de
‘mentiras’, mentiras que mostram a verdade, mas que o governo, usa de mentiras
para esconder a verdade. Mas de fato, num governo e sistema desses, ser
diferente e pensar diferente daquilo que lhe domina, é perigoso, mas temos de
ser fortes, pois o mais valioso é a nossa integridade, pois ela não deve
depender de um governo, ela não deve ser afetada e decidida por “forças
maiores”, nem a essência do poder, o medo, deve conseguir afetá-la, pois um
caráter e ideologias firmes não possuem medo, possuem apenas vida e esperança.
Relações entre pós modernismo e o “filme V
de Vingança”
Pós-modernidade ou Pós-modernismo é a condição sócio-cultural
e estética que prevalece sobre os conceitos predominantes à era
moderna, contrastando-a e dando inicio a uma nova era. Tem como principio a
consequente desvalorização dos conceitos ideológicos dominantes na era moderna;
a crise das ideologias e dos ideais que dominaram o século XX, tendo como fator eventual a queda do Muro de Berlim. O uso do termo se tornou corrente a controvérsias quanto ao
seu significado e a sua pertinência, mas os principais vestígios estão ligado
ao conceito de que um ideal não pode ser dado de forma massiva a uma sociedade,
gerando uma espécie de pensamento pré-fabricado usado para manipular a massa de
forma mecanizada.
Durante toda a narrativa fílmica, podem ser observadas referências que demonstram
como a obra cinematográfica foi embasada, ao menos em partes, na obra literária
1984, construindo assim diversas pontes e efeitos de sentido durante o filme. Tendo
em vista que, durante o filme, as recorrências a regimes totalitários, controle da mídia,
alienação da população, são similares a algumas passagens do romance 1984, o
que tenta se explicitar aqui é que este discurso, calcado no “Outro”
orwelliano, não é gratuito, e muito menos uma simples repetição de algo já produzido
anteriormente. Para esses heróis serem artisticamente superiores, eles têm uma
espécie de “proibição” de serem positivos e de felicidade. Uma espécie de discurso
é construído inversamente, sendo necessário mostrar o baixo como elevado para
se ter uma obra de valor literário. Essa possível definição de ‟qualidade
artística‟ é ponto nevrálgico das estéticas – da literária à cinematográfica –
em que o discurso sugere sua reversão enquanto legitimação de poder, do que
seria chamado de verdade.
Imediatamente, sustentamos a ideia de que o a herói moderno e inverso de
“V de
Vingança” não é mais do que o
discurso acerca da desconstrução do sujeito pós-moderno. Para caracterizarmos
esse sujeito, buscamos afirmações acerca
da formação da identidade do sujeito na pós-modernidade.
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